Fiz muitos ovos pintados com corante alimentício e recheados de amendoim açucarado, que por sinal, acabei vendendo na feira, poucas sobraram. E ontem preparei as trouchinhas de goiabada que meu filho adora e que vou enviar pelo correio. Adoro preparar delícias pra quem amo, tomando um vinho e imaginando bons momentos. Impossível não viajar pela lembrança de quando éramos crianças, meus irmãos e eu, pintávamos ovos com papel crepom e colocávamos na cerca de arame pra secar ao sol. O que eu mais gostava era de retirar o papel, já seco, e revelar as cores. Também lembro dos biscoitos amanteigados em formato de lua ou os redondinhos que a gente furava no centro com um carretel de linha e depois eram unidos a outro círculo recheado com goiabada ou doce de leite. Sou neta de avós imigrantes e trago ainda algumas dessas tradições que gostaria nunca se perdessem, por que são doces lembranças de um tempo em que, para qualquer criança, não existe o tempo. O relógio é um desconhecido. E as cores, os cheiros, os sorrisos e as brincadeiras é que estão presente. As crianças mudaram, é verdade, mas será que não somos nós que esqueçamos de mostrar a elas como serem crianças?
